"We are making the world dance. We are exploring higher levels of counsciousness. Take the Sound trip and feel tha distortion. Creation! We are the revolution. Love we bring to Gaia!!"..


Ela chamava-se Francisca. A miúda amiga, Luana. Eram discípulas da Deusa de Negro, protectora máxima da Imaginação Infantil e tinham chegado à 6 minutos ao planeta Terra. Habitavam no Olimpo feminino das Guerrilheiras da Paz. Era um mundo superior, em que as Supremas convidavam “miúdas mortais” para se auto-perpetuarem através da Mente. A “temível” Imortalidade!! A alternativa surgia ao catolicismo, ao budismo, a qualquer outra religião. As “enviadas da Liberdade” estudavam a moça a convidar: a atitude artística, a lealdade e a Criatividade. A filosofia de existência, sempre que o tom é colorido. “A Criatividade não é mais do que a Inteligência a divertir-se”!
A missão das duas amigas parecia divertida: estudar a Arte dos mortais e ter experiências giras, com rapazes e raparigas criativos, isto é o mesmo que dizer: “saber ser amigo”; gostar de Aventuras e música; partilhar “estórias” em conversas íntimas com fogueiras na praia; caminhar e contemplar a poesia do mundo. Francisca e Luana tinham lido qualquer coisa sobre este “estranho” sítio, chamado, Terra. Continuavam a existir Fome, Guerras, Torturas, intolerância, preconceito, numa não logica Criativa. Em que as soluções são o objectivo a atingir! Para estados utópicos – perfeitos – da Humanidade. Mas, também sabiam que os humanos gostavam de se divertir e parece mesmo que existiam Entes mais puros e sublimes, que conseguem ler frequências cerebrais dos outros seres humanos. Entre elas, era assim. O conhecimento, o crescimento em ondas artisticas – o Diário de Anne Frank era frequentemente tema de tertúlias e conversas, “o cultivo da Liberdade”; escutavam Pink Floyd e tinham como referência para esta aventura, a queda do muro de Berlim em 1991, “Another brick in the wall” (tinha-lhes purificado a mente e dado mais algum entendimento sobre a Música e a Atitude “social” no planeta que, agora, visitavam. “O Caminho é o da Liberdade.” Diz Luana a sorrir muito. Francisca sente-se “empática” com a Luz e com as cores do “admirável mundo novo” – tem 14 anos -, sente-se contagiada. Explode em barrigadas de riso: “Imagino a nossa vida neste “espaço” terráqueo! A vertigem do prazer… a procura da Arte. Bate intenso no meu crâneo”. Se gostarmos ficamos por cá!”, acrescenta Francisca enquanto continua a cantarolar Da Weasel. É hip hop português. Teletransportam-se para as terras quentes; a inspiração do Sol; mergulhos no rio. “Olha, estamos em Amarante.”
É Inverno. Chove imenso! De mochila às costas, as duas moças seguem as indicações do Parque de Campismo. Na rua do Largo, mesmo à beira de um Mosteiro, um homem com ares de louco berra para a multidão que passa, em passos ligeiros, com pressa, para a feira. Não sabem que dia é. Quanto tempo durou a viagem! O calendário difere. Lêem o tempo de vida, na Terra, na mente uma da outra, “27 dias”. Sentem um arrepio…

"No Salão dos Espelhos, a Deusa de Negro recebe um convidado vestido de negro, de capuz. Só ela tem permissão de acesso aos mais Altos Mortais masculinos. Algo só permitido pelo jogo de espionagem dos artistas Humanos. Todos os que procuram combater a manipulação da Criatividade. Ela, protege o que ELes criam e todas juntas, as raparigas dão-lhe Alma. A Lei é do Imaginário, onde acumulamos todas as formas e figuras de Luz, como todos os que procuram o Santo Graal. O enviado beija-lhe a mão e entrega-lhe um papiro. Iriam proteger Francisca e Luana, em segredo, na sua estadia no planeta terra. As miúdas podiam ser naifs e perder o autocrontrole. Para elas a palavra de ordem era Sentir. O pedido havia sido feito pelas discipulas inquietas... A Deusa de Negro projectou uma única Imagem das 2 moças. Ecran em espiral. Traço-lhes o perfil. Ofereceu ao visitante uma tacinha de sagrado e fantasioso Elixir e ofereceu-lhe 27 horas de tempo."
• Perfil de Luana

19 anos, estilo ariana, loira olhos cinzentos, ágil. É marxista-leninista e tem alta história como agente infiltrado nas frequências galácticas. Criou Sabar, o Planeta do Amor e da Criatividade para oferecer a um amigo DJ, que há anos atrás lhe havia salvado a vida, aquando da sua desconstrução do Universo. A negação pela lógica de tudo, inclusive de Deus, persona altamente prejudicial, tinha apreendido cinestesicamente porque “amputa o Pensamento”, diziam no Olimpo das raparigas. Só o Sentimento torna-se indescontrutível. É indesconstrutível. O “nosso” respirar o Mundo que criamos e recriamos, dos impulsos externos e internos. Tudo o resto se reduz ao Nada. È “giro” rezar a um suposto ente superior e ser um mau “vizinho” ou um companheiro injusto, hipócrita e mentiroso. Isso era incompatível com o sentido de kolectividade das discípulas de Negro. Desenhava sóis desde infância. Amarelo e Azul as suas cores preferidas. O sol, o mar, o céu… Luana, em 1948, numa vida anterior, tinha sido uma enviada secreta em Berlin, no combate ao nazismo. Fazia relatórios sobre as movimentações das SS nazis, para a resistência francesa. Portuguesa de origem, foi baptizada pelo Senhor dos Horizontes, como Deusa Pop pela liberdade que encerra e distribui. Visionária e representava o Início da criação do mundo. Protegida desde infância pela Criatividade cinemática. Veia familiar revolucionária. Aos 6 anos pintava APU – Aliança Povo Unido em portões de fábricas privadas; aos 11 perdera uma correspondente inglesa por manifestar simpatia pelo IRA. Havia sido convidada por ETs para levarem o seu consciente na exploração de novas galáxias …..* Fotógrafa também. Enviada da Liberdade. Leitora de mentes humanas!
Perfil de Francisca
14 anos. Traços hispânicos. Excelente desportista e amante de música rock e punk. Cabelos curtos e com várias tatuagens no corpo. Era a sua primeira vez no Planeta, desde que se teletransportara para o reino da Fantasia. Fazia telas colectivas gigantescas para oferecer aos Elementos da Natureza, ao Sr. Dos Horizontes. Gostava de inventar palavras e expressões e a sua percepção era altamente funda e criativa. Existia para vadiar pelas galáxias, onde exploravam com o seu consciente. Lua Navegante, detentora de poderes telepáticos e amante de viagens. Perita em interpretar linguagens em código”. Preparava-se para ser enviada de Shiva. Era a miúda que protegia a Imaginação e a fantasia.
algures, na Terra da Liberade – Amarante
"Os sinos batem as 24 horas, em Amarante. O tempo é lunar e os seus raios ofuscam a realidade, concedendo brilho aos Humanos. Atinge-se outras significações pensam as 2 raparigas. A Realidade parecia delicada e ao mesmo o feeling era de uma intensa Aventura. Era hábito a sincronia de Pensamento, entre as discipulas da Deusa de Negro, mesmo quando a ordem era a do direito fundamental ao silêncio.... O murmurio das águas rebeldes do rio. Escutam-se sons. São vários os instrumentos que se entrecruzam. Francisca e Luana seguem a música, descem a escadaria que leva ao rio. O grupo de pessoas está empenhado em conjugar os jambés com guitarras, gaitas de foles... O resultado é intensamente marcante e faz viajar as 2 moças para outros tempos de vida, como se interferindo com outras zonas do consciente, talvez ... As imagens sucedem-se no cérebro de ambas - as miúdas Suavizavam o quotidiano de "guerrilha", no sentido de actuar pela Justiça e Igualdade: a Liberdade colectiva Há bolinhas de sabão azuis-eléctricas, que é a cor da "alegria colectiva dos amigos". Aproximam-se do grupo e dizem "Olá! Somos semi deusas da fantasia e procuramos a Verdade Musical do Mortal! Podemos sentar-nos?!"

- começou a jam session de subconscientes, O misterium do Lago dos Plátanos onde rapazes e raparigas dançam nus .... O teletransporte da Arte do Sentimento para a Realidade! “A tua Liberdade o Mais importante para Mim”.
Numa alta berraria em coro, as vozes atropelam os instrumentos e incitam uma récita ao poder oculto da Lua. Os rapazes e raparigas reunidos eram discípulos de Satanás. Veneravam a Arte e procuravam a arte para o planeta, percorrem os instrumentos entoando em ritmos loucos e …. roucos, insanos gritam entre sussuros:
"It feeels like my spiritual guide" Get conected please. To much distance to planet Earth. We can not comunicate... get conected please. I can see your body! Are U prepared to install the voyage till the roof of your mind ?.. in another stage, where things are real... and sensations, and emotions, and the re-building of the human nature. WE WAIT FOR YOU! In Inner Peace ! We can not feel hate! Not a feeling, but un undercover sensation that avoid the Utopia. Utopia with me, with you, wih US!

Gi toca jambé como um louco (maniac) …. Até que dá início a um som que faz teletransportar os “viajantes” a terras quentes do globo onde tudo ainda é primitivo e puro. “A fertilidade, pensa Luana” …. As imagens interiores sucedem-se: flores amarelas gigantescas, rostos de crianças …. O céu vermelho fogo e o mar: e ao longe uma miúda hippie, com uma coroa de flores de cabelo. Transporta um livro velho. Sorri quando as pessoas passam de uma forma etérea. A sensação que fica em Luana é estranha e inquietante… “hey, moças de Néon, Benvindas às noites de rocanrol de Amarante… fiquem por aí, vamos dar início à nossa tempestade de Ideias, andamos a ver se descobrimos quem “matou Laura Palmer”, simbolicamente… Elas riram. Eles riram “Fazemos desconstruções dos gestos da Laura na conversa com o FBI, no nosso dia a dia. Mas, ainda estudamos a mensagem final.” Luana sussura, “ A nós, guardiãs dos Lagos de Nenúfar, do Senhor das Papoilas, interessa-nos saber até que ponto a arte humana passou a ser “produto” e manipulável”, diz Francisca, num piscar de olhos e um sorriso de quem está preparada para o que vier a acontecer. Sem medos. Há empatia como se se tratassem de Espíritos pertencentes a um círculo já há muito tempo.”Então a nossa conversa intima de hoje será Arte ou lixo massificado e Educação Popular!!!” sugere, entre alguns acordes, Marlene, a miúda das rastas cujo sorriso transmitia Sonhos de meninas. “Yeahhh. E o que têm a dizer as documentalistas “extra terráqueas” sobre a temática a curtir, esta noite?! O improviso começa...

"We came in Peace”

Acto II


"FLASH!!! Corre o Outono de 2014.
Uma brisa intensa percorre a atmosfera. São 3 noites de jam alive com amigos que entendem o deambular artístico do fluxo. O pano levanta. A peça vai começar "Viva a Criação em Noites assim!!"
Acto I
"Táxi e devia ter dito ácido"
As discípulas baloiçavam-se, em baloiços, que caiam das árvores, na floresta mirada pelo rio. Havia música e Imagem psicadélicas gigantes. Brincavam às "Enviadas de Shiva". As águas do rio corriam serenas. Era o mundo da alegria, do mistério e fantasia. Sorriam entre si numa evocação ao seu pai espiritual, o genial dr. Albert Hoffman. Riem muito e Natasha, enviada da Liberdade com contactos a desenvolver em Euskadi em intra-conexão com Londres, sendo jogadora numa das missões mais importantes. Para a deusa de Negro, Londres seria o despoletar do embrião para o movimento anárquico. Necessário. Começa a discorrer lúcidamente, uma das características que a marcava, sobre o LSD, representando as filhas do Sol, para os Djs e a malta do rock and roll:
- usada em quantidades ínfimas produz desbloqueios comunicacionais. É uma substância que te ajuda a compreender o teu Eu cósmico, em que milhões de interligações no teu cérebro, ligado a Gaia, ligado ao poder oculto da Lua, ligado à Vida e ao Homem ... são estranhas frequências; imagens; linhas; formas... A geometria do pensamento... Há algo de visionário nesta substância. Leva-te aos confins da consciência. Há um maior auto-conhecimento e sobe-se intensamente, numa explosão de cores, os patamares da realidade. Um mergulho em nós próprios... e nada receies e Lá ao fundo uma miragem. Há Swing de rapazes e raparigas que dançam em tabernas, numa rendição a Epicuro "que defendeu o Prazer, que amou a Vida e desprezou os deuses" .....

Acto II

"A viagem prosseguia numa manipulação criativa e inteligente do tempo. Semi deuses que exploram diferentes dimensões do movimento e da expressão. Por isso, o Sentir era obrigatório. A ideia era a imortalidade da Amizade o existir em Poesias de Vida. Oferecer experiências embriagantes aos Sentidos, colorir o interior da mente, colorir o intenso instinto do SER!! Criavam a todo o momento!!!! As discípulas da deusa de Negro, protectoras máximas da Arte, sentiam um permanente extase "planetáriO"... por vezes observavam timidas, em longos silêncios. O prazer era intenso. Havia flores gigantes que decoravam as pequenas casas da aldeia artística. Pelas ruas, podia ver-se telas pintadas e fotografias gigantes!! A estrada semi encantada pelos pássaros verdes e muitas cores, levava a Monção. Existia uma universidade omde os artistas eram professores e ensinavam "ALquimia". .. o maomortiano, António Rafael, partilhava a carteira com Natasha, uma das miúdas que tinha sido convidada para o mundo transcendente das deusas da fantasia. Estudavam com mortais. Semi deuses. Havia cabanas à beira das ribeiras, de águas transparentes, onde se reuniam após as aulas. Singela pureza de Sentir!!!! Campos de plantas exoticas e originais, misturadas com couves, tomates e pepinos, extravazavam da paisagem. As raparigas entretiam se a criar fragâncias para encantar os rapazes. O eterno perfume da Juventude!!!"
"Terminara a apresentação de um novo ano escolar artistico. As notas diziam que se tratava de uma produção de "um movimento de espírito livre, inquieto e original, ausente de compromissos com escolas, partidos e igrejas". As raparigas sorriam, relembrando a nobre missão que lhes competia enquando "deusas da fantasia" e espíritos da revolução. No caderno de capa amarela, podia ainda ler-se, a descoberta do "sentido último e divino do Universo, numa intuição visionária do real... em diálogo com todas as formas de experiência, desde a religiosa, à artistica e à política". Sentiam-se livres, as discipulas. Agora, saiam em gritinhos da Universidade para o campo de cultivo colectivo ou a "horta mágica" como lhe chamavam. Corria o mês de Setembro. Ainda havia rasgos de sol. Formavam-se clareiras, anéis de luz, nas florestas. Levavam consigo "Sete cartas a um jovem filósofo", em que discipulos de Platão discutiam o mestre, guia espiritual fundamentalmente. O que forma "espiritos conscientes de si mesmo; libertos da sua pessoa" e ansiosos por desenvolverem "novos rumos de Pensamento" e pelo desejo de "não quererem tornar ninguém semelhantes a si próprio". E como a Liberdade é o bem nuclear, supremo, "duvida-se que só o comum seja eterno e que não acompanhe uma eternidade de diferenças". Acima de tudo o Mestre deve fornecer a quem aprende e o escuta o hábito "do amor ao Pensamento". As moças eram manipuladas pelo Sensualismo, "de que as sensações equivalem ao Pensar"; a necessidade de experienciar para entender. E o pensamento discorria puro, atingindo as raparigas estados telepáticos. Amavam numa identificação de "amor como salvação e Inteligência". Por isso, se autodenominavam Guerrilheiras da Paz, pela procura da elevação ao Sublime, quando o Sentir é perfeição: Imaginar e Amar. Um exercício que praticavam num permanente fluxo criativo. Faziam colagens com folhas amareladas de outono, onde escreviam o que o Interior lhes segredava. "A palavra o frémito da alma" e para os mais altos mentores da aldeia, uma arma de combate também. No sentido de proteger mundos sagrados e invioláveis. A desconstrução do Mundo tinha sido feita pela palavra. Tudo é refutável e reduzido ao Nada. À não existência. Até Deus, essa entidade "ordenadora e criadora"... 

      **Só o Sentimento é indesconstruível.Luana e Iris aplicavam se num desenho colectivo onde se podia ler em espiral de letras recortadas: "We are making the world dance. We are exploring higher levels of counsciousness. Take the Sound trip and feel tha distortion. Creation! We are the revolution. Love we bring to Gaia!!"..

"Texto" e Desenho por Carla Vera_

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