"cachemira"

Alguns Factos
E Interrogações
(2 de Fevereiro de 2004)

"
1. A invasão do Iraque era uma prioridade da equipa de Bush desde o primeiro momento (A 27 de Janeiro de 2001, eu escrevia que "uma preocupação fundamental" da nova administração seria um "regresso ao Iraque". Obtive a minha informação confidencial por meio do New York Times) Todos os alertas solene e interminavelmente repetidos, acerca das ameaças iminentes, do terrorismo e das armas de destruição maciça eram simplesmente uma forma de marketing - como Paul Wolfowitz admitiu - a respeito de planos há muito traçados

2. O Iraque não tinha armas de destruição maciça, os presentes subterfúgios e discussões "quem sabia o quê" são simplesmente manobras para evitar os estragos num ano de eleições. No capítulo das armas químicas e biológicas, a equipa de Bush seleccionou o que queria ouvir da CIA, ao mesmo tempo que se queixava de que a CIA estava a substimar a ameaça. (Hoje queixam-se com a mesma hipocrisia que a CIA terá sobrestimado o perigo) Para combater a informação desagradável aos membros da equipa, Rumsfeld criou o seu próprio serviço de informações dentro do Pentágono, "medida sem precedentes", destinada a confirmar as suas fantasias. Todas as fontes de informação (incluindo os israelitas) eram bem claras, declarando que o Iraque não tinha armas nucleares, ou sequer as condições rudimentares de qualquer potencial força nuclear. Os reactores eram uma invenção de Ahmad Chalabi e outros grupos de exilados iraquianos que a equipa de Bush aceitou entusiasticamente a despeito da falta de provas e da qual se serviu como argumento máximo para justificar uma invasão inadiável. Ao mesmo tempo que a maior parte da Equipa se queixa hoje da CIA, acusando-a de ter prestado informações inadequadas. Dick Cheney prossegue o seu trabalho de desinformação. Ainda na semana passada, voltou de uma das suas digressões venetórias afirmando que de facto o Iraque tinha laboratórios móveis de armas biológicas - esses mesmos laboratórios que apenas serviam, como se provou há já alguns meses, para o fabrico de balões de hélio utilizados para fins meteorológicos.

3. A equipa de Bush acreditava sinceramente que, depois de derrubado Saddam, seria fácil a instalação de um governo-fantoche encabeçado por Chalabi, que seria saudado como um libertador, o que permitiria a certos interesses americanos grandes negócios ligados à reconstrução do país e à extracção do petróleo. Uma "parte do bolo" como expressamente foi dito. Ao que parece não havia quaisquer planos, se exceptuarmos os planos de negócios, a propósito da ocupação."
in

O que Aconteceu na América,
As célebres crónicas de Bush
2006

Comentários