c.c modelos internos (mecanismo)
Imagem de marca dos SACs (sistemas adaptativos complexos): a antecipação. "para compreendermos a antecipação temos de compreender um mecanismo que é ele próprio complexo - o modelo interno. Por modelo interno, refiro.-me praticamente ao que Gell Mann (97) designa por esquema. A utilização de modelos com fins de antecipação e previsão é um tópico que, no seu sentido mais lato, abrange grande parte das ciências(...) O procedimento básico, para a construção de modelos baseia-se na eliminação de pormenores, de modo a salientar os padrões seleccionados. Dado que aqui os modelos de interesse são interiores ao agente, o agente tem de seleccionar padrões na torrente de dados que recebe e depois tem de converter esses padrões em alterações da sua estrutura interna. Finalmente, as alterações na estrutura - modelo - têm de permitir ao agente antecipar as consequências quando o padrão (ou outro semelhante) é reencontrado. Como pode um agente destilar experiência para um modelo interno? Como desdobra um agente as consequências temporais do modelo para antecipar acontecimentos futuros?

Encarar os modelos como "previsores" ... A previsão não é uma capacidade apenas dos "mamíferos evoluídos" mas sim propriedade de todos os organismos. Contudo, uma bactéria é capaz de se mover na direcção de um gradiente químico, prevendo implicitamente que a comida se encontra nessa direcção. O mimetismo sobrevive, implicitamente, prevê que um certo padrão desencoraja os predadores.  Quando chegamos aos chamados "mamíferos evoluídos", os modelos dependem de facto, mais directamente da experiência sensorial do agente. Um lobo baseia os seus movimentos em antecipações geradas por um mapa mental que engloba marcas e cheiros. Os homens primitivos construíram Stonehenge como um modelo externo, explícito, que ajudava a prever os equinócios. Hoje recorremos a simulações computacionais para efectuarmos previsões, que vão desde características de voos de aviões que nunca foram ensaiados até à evolução futura do produto interno bruto de uma economia. Em todos estes casos está em jogo uma previsão e nos dois últimos exemplos os modelos externos alargam os modelos internos.

     "Um modelo permite-nos inferir algo sobre a coisa modelada."

"process " Em situações reais, um modelo interno deve ser baseado em amostras limitadas de um meio sempre em mudança. Contudo o modelo só pode ser útil se existir uma espécie de repetição das situações modeladas. Como se resolve este paradoxo?

pp.60 "Começamos a vislumbrar uma resposta quando olhamos para uma capacidade que todo o ser humano tem: a de decompor uma cena complexa em partes. Quando o fazemos, as componentes estão longe de ser arbitrárias. Podem ser utilizadas e reutilizadas numa grande quantidade de combinações, tal como um conjunto de blocos infantis. Na verdade, é evidente que analisamos uma cena complexa procurando elementos já experimentados, para reutilização, pela selecção natural e pela aprendizagem. "reformulação" Dado que a reutilização significa repetição, começamos a ver como podemos ter repetições apesar de sermos sempre confrontados com cenas novas.

.... "Não posso ter uma lista de regras preparadas para todas as situações possíveis, pelo mesmo motivo que o sistema imunológico não pode manter uma lista de todos os invasores possíveis. Por isso, decomponho a situação, evocando regras a partir do meu repertório de blocos quotidianos: por esta altura, cada um desses blocos foi experimentado e refinado em dezenas ou centenas de situações. Quando surge uma nova situação, combino blocos experimentados relevantes para modelar a situação (Sentir) de uma forma que sugira acções e consequências apropriadas ...

Esta utilização de blocos para gerar modelos internos é uma característica universal dos sistemas adaptáveis complexos. Quando o modelo é tácito, o processo de descoberta e combinação dos blocos tem normalmente lugar à escala de tempo da evolução biológica: quando o modelo é evidente, a escala temporal, poderá ser inferior em algumas ordens de grandeza. Porém, voltando a realçar a conclusão tirada tanto nos modelos internos como na discussão inicial sobre adaptação, o processo de adaptação subjacente mantém-se praticamente inalterado em toda a gama de SACs.

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