"Adoptar uma teoria ondulatória para a luz implica postular a existência de um meio de propagação da onda, já que esta é, por natureza, uma perturbação, não se reduzindo portanto a si própria. Surge assim novamente o conceito de éter, desta vez luminífero, referente a esse meio em repouso absoluto por onde se propagavam as ondas luminosas.
Claro que éter luminífero e éter gravitacional serão, por natureza, a mesma substância.... (...) enquanto que o éter luminífero é um elemento fundamental - cuja existência é tida como verdadeira, para a explicação dos fenómenos ópticos.
O próprio Maxwell acreditava na existência deste éter, tendo redigido o artigo subordinado ao tema na 9ªedição da Encyclopedia Britannica, onde se pode ler " não pode haver dúvidas de que os espaços interplanetários e interestelares não estão vazios, mas sim ocupados por uma substância ou corpo material, que é certamente o maior e, provavelmente, o mais uniforme de que alguma vez tivemos conhecimento" Considerado, então, como um meio em estado de repouso absoluto, relativamente às estrelas fixas, em que a Luz se propagava e através da qual a Terra se deslocava como se fosse transparente em relação a ela, a existência deste éter era, todavia, dificilmente verificável.

in, "O Espaço e o Tempo"
Biblioteca de Filosofia, Edicões Afrontamento/2002
Daniel Duarte de Carvalho. José Ferreira Borges.

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