" o pio dos mochos "

" o pio dos mochos" Modo actual: virgem
"Há um ano que ansiava por aquele momento (fazia um ano e dois dias que fora suspenso, por mau porte na prisão) - e, agora, que alexandre lhe entrara pelo quarto dentro, sentia se incapaz de repetir uma palavra sequer da conversa que tantas vezes planeara. Alexandre não aludiiu ao passado, nem mostrava ressentimento. E isso aumentava a sua ansiedade ! houve um silêncio breve. depois, aquele que fora o seu melhor amigo expos lhe o caso em poucas palavras " que os camponeses da sua terra natal não se deixaram contratar na praça de jornas, onde se troca a força do trabalho por salários de fome:paralisaram as ceifas. E que a aldeia, por represália, ficara isolada no meio de um cordão sanitário de polícias, como se de epidemia se tratasse" e alexandre concluiu:- em toda a região há olhos postos nos camponeses em greve. É preciso ajuda los antes que esmoreçam. Queres ir ?- VouNaquele momento diria a tudo que sim. A presença inesperada do amigo fazia o retroceder no tempo em que merecia a confiança dos camaradas, e lutava.Também ele, por castigo, fora isolado como um leproso.- Amanhã é dia de finados - explicou o amigo.-deixas este saco no cemitério dentro de um jazigo..- no cemitério?!A exclamaçao saiu lhe dos lábios sem que pudesse reprimi la. Corou. Alexandre incidia sobre ele os olhos coruscantes, que pareciam devassar lhe todos os pensamentos ...- tens medo?, perguntou secamente_não. Irei , nem que seja ao cabo do mundo. Quero "limpar me" de vez .
O amigo esboçou um sorriso imperceptivel; tirou do bolso um revolver .
- Toma. Pode ser te necessário - disse ele, os panfletos devem ficar pouco visiveis sobre a campas. Adeus saude e bom êxito !
No patamar, voltou se ainda . - A lua rompe à meia noite- Percebes ???
(...)
in contos vermelhos
soeiro pereira gomes
- dedicado ao camarada Duarte *
* pseudónimo na clandestinidade por alvaro cunhal
"quando entrou no quarto, o seu refugio, atirou se para cima da cama, satisfeito. Ainda desta vez, escapara! Apesar de haver perdido a noite anterior, não tinha sono; apenas lhe doiam os pés, com certeza cheios de bolhas rebentadas sob as meias coladas a carne, como de costume.
Há três meses naquela tarefa - ir buscar o material de propaganda, distribuí lo -, ainda nao calejara os pés, como os outros camaradas, que aguentavam muitos quilómetros. É verdade. Há três meses que mergulhara na vida clandestina! noventa dias de luta, fugido aos esbirros fascistas, partilhando dum lar estranho, embora amigo, ali no quarto estreito que era todo o seu mundo de repouso, de estudo e de sonho, às vezes. Gostava bem daquele quarto de tecto baixo e paredes manchadas pela humidade, com a cama de ferro a um lado, sem colcha; uma mesa tosca, no outro, além da mala: e uma janela que dava pras traseiras dos prédios, mas da qual se via, ao fundo, uma nesga do rio "
refugio perdido
in contos vermelhos e outros escritos,
a resistência contra os fascistas mantém se !!! medo medo medo opressão repressão ! ... o meu imaginario anda preso no maio de 68 e na ditadura salazarista que dominou portugal apesar de ter havido sempre contestários da politica repressiva mercenária "orgulhosamente sós" de antóni o de oliveira salazar ... nem áfrica queria largar ... apesar da força internacional para abandonar antigas colónias ou "provincias " como eles diziam ... mergulhava no luso tropicalismo, corrente de gilberto freyre que defende que os colonizadores portugueses nao eram racistas até porque criaram o mestiço, de qualquer forma os primeiros a avançar para áfrica eram presos sem mulheres portuguesas nos barcos, uma vez em entrevista a um programa de rádio, o padre mario de oliveira, que foi excom,ungado pela igreja católica por pregar contra a colonização disse me que nos barcos , "ensinavam como violar pretas " o que é que estes filhos da puta andam a ensinar as criancinhas nas escolas ???!!! a fazer revisionismos historicos ... que se fodam ! desculpem o palavrao mas eu sou muitooo gira a dizer palavrões
dedicado a todos os que lutam pela liberdade !!!!

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