Maria encontra-se com Adolfo Luxuria Canibal em Finisterre. A tradição espaço temporal é anti fascista- Os nacionalistas da galiza são irmãos e no Círculo protegido Esperavam um grupo de pessoas “escolhidas”. Pensava, em vão, porque não
conseguia receber quaisquer frequências cerebrais de Rita. Possivelmente,
andava “ausente” e divertida de atitude, “nos seus concertos e raves”, embebida
no Sonho e na embriaguez psicadélica que tanto a caracterizava. “A ideia era
pensar à frente do sistema” diz-lhe Adolfo. Para além de deuses, os artistas
eram de natureza anárquica. Mas, este preâmbulo era secreto. No fundo, a
revolução acontecia num palco e nas ruas. Arte! Apenas! Rita não entendia isso.
Mas, era uma forma de protecção. Autodefesa. Eram o embrião de um movimento,
que na realidade se pretendia revolucionário – mudar – no sentido de fazer
emergir o homem livre, com a consciência divina de Ser e de agir. Real! Arte!
Aí, cabia o processo de “captação e propagação” individual … a percepção
naturalmente elevada e liberta de preconceitos e futilidades … São almas nuas
que apenas querem dançar sob o poder da Lua, à fertilidade do planeta e do
cosmos. A ideia do sistema parecia ser “tornar o mundo “pop”, tendo em conta
que o pop é efémero, não cria essência criativa ou eterna, despersonaliza e
remete o individuo para um plano existencial fútil, oco, o abismo do inócuo
vazio. A Cia manipulava, então, mentes humanas, com o lixo que os Estados
Unidos ofereciam às massas ao resto do mundo, ao mesmo tempo que mergulhavam o
planeta em crise total. Económica, social e de valores. A questão seria essa….
Testas de ferro fora de controlo. Rita também falava de uma bruxa medieval,
compactuante com Rashmingen, agora de inconsciente manipulado. Tinha traído a
Irmandade e a revolução, com a fealdade de sentimento, ao longo dos tempos.
Mulher capaz de nutrir ódio à inteligência; ódio à beleza, ódio ao talento,
imersa num mundo de frustrações. “Rita é Deusa-mãe”, digo eu a Adolfo. “Ama,
mas pretende a liberdade acima de tudo.Está vinculada ao universo. Protege os amigos e cuida da felicidade dos
amorosos. Tem a idade da mãe terra”. Adolfo era uma das pedras chave do
processo. Obrigatório a proteger. “Parece-me que teremos que contra-atacar o
mais rapidamente possível. Foi aqui, que a miúda alucinou com as vitimas do 11
de setembro … agora fala do Estado Islâmico e de todos os que sentem a
humilhação e a opressão e a esses, os que não encontram diálogo com o sistema,
é legitima a rebelião, Maria?! É legítimo o recurso ao uso de armas?”. Chega
Sheila…. Eleva as mãos unidas a ambos. Sorri, Desenha um circulo no ar. “Com
que então? Já começaram as conspirações? Quem é esta pobre coitada que temos
andado a aturar, mesquinha de sentimento, para proteger a Rita? O processo
evolutivo estagnou. E ainda há uma canção eterna para acabar. A música que se
tornará a melodia universal que rege os planetas e as estrelas? A mentira pode
ser um bom feitiço em mundos divinos,
que se exigem verdadeiros. A miúda nem sabe o que é a electrónica e a sua
ressonância … Desconhece por completo os nossos segredos. Mas, é intuitiva,
curiosa, inteligente e encontrou na nossa música uma forma de organizar com
maior claridade as imagens neuro cerebrais”. “Sim, de facto. É verdade” sorri
Maria estranhamente. “Mas, também alucina de que com a electrónica e o
processar da batida, complementado por gestos desconstrutivos, ajudou a
descobrir a bomba atómica a Osama talvez…. Por outro lado, pensa que a vossa
música simboliza o equilíbrio do bater do coração e que poderia levar a estados
“alternativos de curas para o organismo. “O melhor é deixá-la andar,
permitir-lhe o conhecimento, enquanto observamos as jogadas da Madame X; vamos
submete-la a um interrogatório com perguntas que podem ir de Marx, a Morrison;
á mitologia à religião e às conversações com o sistema. E talvez descubramos o
veneno da cobra e as suas repercussões, remata Adolfo acendendo um charro que
lhe deu novas cores ao filme. Eles eram Inteligentsia. Porra. Sabiam que eram
um circulo restrito mas leal. Um infiltrado para “vender informações musicais”
equivalia a um potencial candidato a “um balázio nos cornos”. Afinal tratava-se
de proteger a Cultura Dj, quando as pessoas apreendem a libertação sensorial,
ao mesmo tempo que modula uma claridade de mente consciente” O grupo libertário
fundia-se agora com a envolvência e os anéis de luz e a imensidão do mar provocavam
flashes sensoriais, “ a linguagem do corpo”… e clareiras de mente nos artistas.
“tanta luz” “E, se atitude, respeito, confiança e sinceridade com a música
fosse a pedra filosofal deste movimento contagiante que mais não era do que uma
elegia à Vida?! “Finisterre”: o “inicio da criação do Mundo”.
Fábula de uma Deusa Pop
- continuação
O processo passava pela aproximação do sistema às artes. E
pelo desenvolvimento de uma relação de confiança. Bush seria pretendente a Dj?
E o papa? Rashmingen… também mixaria? “A saída dos deuses do Olimpo banalizara
os seus universos”, tinha dita, uma vez, muito séria o que era raro nela, a
“miúda Lagarto” ou Rita. Idolatravam para depois trair. Sim, Porque os
objectivos de uns eram contrários aos de outros. Ou seja, e como diria Adolfo
“aparentemente colaboravam para encobrir o “grande ninho da cobra mãe”. Seria
Íris?! A deusa oferecida pelas “frequências modelares da cia”? Aproveitando-se
estes da sua falsidade e exibicionismo com a beleza, “com imagens sensoriais
bonitas” a estoirar de futilidade e arrogância”, acusava Rita a Pablo, ainda na
liberdade da papoila de Bilbao. O sentir era colectivo e a acção
ultraorganizada. Do outro lado, havia o cheiro a destruição, nas atitudes, nas
palavras, nas imagens, nas expressões. Havia os imperialistas e a
subserviência. Incompatível com a amizade. Sempre podiam jogar às escondidas
mais um tempo. E imaginativamente. 0
kills?! Ok? Para estarem à frente do sistema. De nada podiam ser acusados. Até
porque mantinham encontros secretos nos sítios mais improváveis. E de forma
improvável. A vigilância era total. Havia que confundir. Um dos planos de Rita,
oferecido há muitos anos a Liquid Vision, consistia na criação de reais
paralelos, onde a arte o individuo e o conceito comunitário pudessem coexistir.
Ignorar o sistema e a sua versão escura para a Humanidade. Criar um fluxo de
aldeias artísticas em locais em vias de desertificação, com uma organização
própria que respeitasse o deambular caótico complexo mas engraçado do Homem
Universo. Consciências divinas. E todos os artistas mantinham este nível de
vigília. Pelo Planeta. Muitas vezes, Rita, dizia que “tinha como missão criar
para a Humanidade, mas sem o peso e a vigilância monstruosa do consciente”….
Energias de pureza e criatividade para o campo magnético cosmológico?! A
chabala desejava locais onde todos pudessem aprender a cultivas a terra; decoração nas ruas,
outdoors artísticos existenciais. Provocatórios; montes de polaroids e telas
gigantescas colectivas para pintar e expressar; academias e tertúlias com
muitos brainstorm: e o círculo criativo seria indestrutível.
A argumentação de bom senso, inteligente e positiva por
parte do sistema era nula. Para além de manterem sob vigilância tudo o que a
arte dissesse respeito. A Arte livre que eleva para patamares superiores de
consciência… Lembrava os tempos em que a Pide exercia o máximo controlo nos
espectáculos, chegando mesmo a anotar os espectadores que mais aplaudiam a
“peça”. Suspeitos. Por subversão? No entender do system que se enchia de
arrogância depois do medo: teriam anulado a resistência do futuro? Liam os
mesmos livros, viam os mesmos filmes, iam aos mesmos concertos e raves … talvez
para sacar informações para agir… E, no fundo e no final, repressivamente de
forma institucionalizada, e por isso, legitima? Seria o descalabro. A vantagem:
jogo de apreensão de grupo cinemático numa latitude diferente e significações
diferentes. Pensam que têm tudo sob o seu domínio e não demonstram pudor em
violar o Pensamento “Estaremos perante uma espécie de radioactividade … o
Plutónio 17 de Rita está sob investigação. Mas, parece-nos que tem uma forte
componente imaginético artística”. “Massas amorfas: Pavlov s dogs.
Personalidade zero. E a consciência essa não existe. É tudo manipulado. Seres
vibratórios modulados para agradas… a tudo e a todos”; remata Maria. Fábula da
uma Deusa "Pop"
"(...) Sentam-se em círculo. É elevada a concentração.
Começam a entoar numas vozes poderosamente lúcidas. A atmosfera parece
diluir-se em pequenos pontos geométricos. Exactos. Sem espaço para Erros.
Porque soa a Perfeição. O teletransporte inicia-se e surge a imagem da
Deusa-Mãe, portadora da missiva escrita pelas Deusas da Phantasia. Criações da
Arte com "Alma" que protegiam Gaia e as estrelas, numa compreensão
benevolente e profunda e imaginativa da Vida do Cosmos e do Homem livre,
amoroso ao Pensamento e à contemplação como conhecimento. "Bem-vinda,
Deusa-Mãe" saúda Morrice com o ar enigmático que o caracteriza e, por
isso, o mais perseguido do círculo da Irmandade e da Resistência. Era, no
entanto, o mentor supremo, detentor de uma extraordinária inteligência. Até Dj
Vibe parecia obedecer-lhe ... haviam produzido juntos, Hot Room. Na altura,
Rita alucinara que tinha havido "manipulação" para que não se elevasse
o entendimento ... possivelmente, tinham-se esquecido dos passeios na praia;
fazer fogueiras e tempestades de ideias giras e deixarem fluir a "saudade
de não sei o quê", como um emergir existencial criativo e pleno de beleza
... esqueceram-se de ir ao Bairro Alto beber uns copos; fumar uns joints de
"Maria" colombiana em estúdio... "Tanta luz. Tantos botões
mágicos. Tenta um: serei a tua boneca mecânica" dizia a voz do computador.
As vibrações eram nulas. Mas, o Imaginário, esse, era futurista, como se a
realidade tivesse outro design, "novas arquitecturas de ambiente"
Fazer transcender ao infinito. Mas, chega deste rodopio e passemos à mensagem
da Deusa-Mãe!
Deusa-Mãe - O que mais agradável pode haver do que a
resistência planetária reunida, onde a Poética flui livre, assim como as mentes
... Finisterre. Eu vos saúdo! A "Verdade do Dj" ou o acto criativo
num deambular continuum, sem inicio sem fim do Amor Inteligente Universal...
Têm como missão: unir e fortalecer a consciência divina colectiva, através de
frequências imaginético-sensoriais, algumas captadas em zona luz e escondidas
da mente, que constroem o sistema emocional com propagação no sentimental. E o
Pensamento forma-se! E quer-se Puro! O processo flui naturalmente, com atitude
e originalidade artística como se a vida, mais não fosse do que "milhões
de gotas de adrenalina alucinógenea". Teletransporte da arte A que mais
tarde traz a transparência do corpo e do espírito. Sou Deusa-Mãe, protectora
dos amorosos, ligado umbilicalmente a cada um de vós. Entendimento. E conexão
com o universo sagrado do Ser. A protecção será, ainda, subliminar, no sentido
de deixarmos crescer os nossos protegidos em eterna liberdade; fazendo do Tempo
uma abstracção. Tenho a idade da Mãe terra. Desejamos a juventude para todos
aqueles que nada receiam, porque os inspira o "gesto criador
sagrado": A liberdade, Adolfo, essa para os Mão Morta e na visão sagrada
da música será sempre: "Uma miragem". Palco. Luz. Expressão.
Revolução. Protejam-se! Saudações de Alma - Fim de transmissão!
Ficou o brilho da fogueira e o cantar dos pássaros
melodiosamente ... Finisterre e os seus céus! Um real no qual cabem todos os
sonhos
Rita em récitas à Lua_2
Era um grupo de seis pessoas que percorria um caminho cheio
de sombras, e folhas caídas pelo chão de terra. Chegados a uma clareira, Rita
iniciou uma espécie de récita, “Eu, filha do Sol, vos protejo sob o signo da
Amizade proclamada no planeta Terra e venero-vos como Seres que traçam novas
luzes à minha inteligência. O Sentir, esse é sublime. Divino. Com o cheiro ao
tempo mais que perfeito, o que juveniliza eternamente o espírito, o corpo e a
alma… A mente essa quer se lúcida e clara cheia de estrelinhas mágicas que
desaguam no subconsciente, em alturas como estas, ou não fossemos Luas
Navegantes sob o desígnio do Cogumelo sagrado?! É a nova vibração do toar do
nosso som.” Luana continua como que em estado de transe “Nós, deusas da
fantasia, experienciamos em Gaia, em energias regressivas no tempo…
encontramo-nos no templo sagrado, onde fazemos preces à Lua, solicitando os
seus raios de Luz, invocando Poesia!! E propagação poderosa! Viajamos a eras
ancestrais e outras futuristas, onde está a Irmandade do Arco Íris, sempre que
o Sentir e Pensar é Amizade bela e transparente. E, portanto, Telepático!
Desnudamo-nos para vós, Mestres da Papoila Vermelha”. “Eu sou Francisca, a mais
jovam das irmãs e quero aprender Contigo e crescer para além do Infinito.
Considero-vos meus companheiros de luta pela maioridade e constatação da Arte;
uma alternativa de vida, quando percepcionar é um acto contínuo criativo”. “E a
Consciência opera sobre imagens e tem como sustentáculo o Grande Sentimento”.
Começam a rir perdidamente na sua infantilidade de ser cosmos. A malta presente
estava espantada e sentia-se surreal. “Quem eram aquelas?” Com um ar ainda
embasbacado o rapaz do joint pergunta lhes com ar de desafio “Sois as Enviadas
da Liberdade?! As raparigas da profecia?! “Que profecia?” responde Francisca
ainda enlevada de sentimento delicado e delicioso… “As guardiãs de Gaia que
habitam em planetas marados … Protegem a Criatividade e o Pensamento intuitivo,
a Beleza a Verdade?”, diz o dread. Teria uns vinte anos. Rita ri-se, Adorava
frequentar ambientes juvenis. Era tão engraçado, apesar de alguns serem meios
parvos. “Sim, esta noite, aqui, no frio da serra somos metafísica (para além da
física): mitologia a soar a ideologia. Apresentação para o Underground:
Enviadas de Shiva!” Riem-se como loucos. O puto do joint sente-se extrovertido
“Ainda dizem que uma conversa não pode ser a Revolução… E agora, que fizemos o
nosso pacto, com a Natureza como testemunha cósmica ou não fosse o seu rumo o
caminho da perfeição, voltamos à rave?!”, sugere. “Sim, apetece-nos imenso
libertarmo-nos Dançar, em gestos divinos e sagrados. Que lindo que é bailar,
sentir o calor libertino do dancefloor J Fusão de Mundos”.
Rita e o psico activo da manhã a bater no Infinito
Começavam a despertar os primeiros raios de sol. A claridade
trazia outros significados, mais profundos e sensitivos à realidade àqueles
ravers que ao longo da noite dançavam ao som de uma batida Humano sensual e
livre, quase numa consciência colectiva em que se fundiam universos lindos e
fascinantes. Puros! O caminho só podia ser o aroma, a chama da Criação. “O
caminho da Utopia declarada do Amor” . Nada de mal podia acontecer num ambiente
“sagrado” daqueles. Onde Liberdade Imaginação se uniam no ritual da dança, em
que os Djs, eram os condutores de uma viagem “louca de sensações”. União!
Respeito! Paz! E Amor! Os quatro mandamentos que saíra daquele grupo, naquela
manhã! “Tanta Luz!” A mãe-Natureza assumia o seu poder e irradiava energia,
ajudada pela música psicadélica que expandia a mente, “o som viajante”. Aquele
que brinca com as zonas mais recônditas e escondidas do Ser. E o som propaga-se
em Imagens e feixes de luz, que actuam no inconsciente, purificando-o.
Levando.a a uma acção permanentemente criativa! Agora, já se viam grupos
sentados no chão. Alguns olhos de cansaço, mas irradiando felicidade e alegria.
Trocavam olhares cúmplices. Sonhos e desejos! Os mais resistentes,
libertavam-se em preces ao Sol, à manhã, à luz, à contemplação do Belo e à
dança. Místico! Alguns bebiam cerveja e vinho, num processo que decorre
naturalmente à diversão. E ao conhecimento. “Experienciar uma atmosfera assim
em que reina a fantasia no real, em que reina a fantasia na cabeça das pessoas,
no fluir do sentimento; é um acontecimento memorável em vários sentidos. Quebra
se a rotina para entrar num real paralelo, em que os Seres se perpetuam Felizes
e sábios. E o mundo parece pequeno para tamanho Sentir! O universo desdobra-se
em nós. Elevamo-nos ao encontro com deus, a nossa consciência divina”. Eram
nove da manhã! Despediram-se do pessoal. “Amiguinhos, obrigado pela vossa
existência e por estes momentos deliciosos eternos na Alma! Nós Somos o som de
Vènus, a princesa marada que desceu de outro planeta, numa viagem alucinada.
Escolhemos paixoes … adormecemos ao luar, procuramos a essência da arte e
fazemos viagens transcendentais com o som Até à próxima Lua cheia e faremos a
evocação final do Feitiço da Lua…” riram distribuíram beijos e abraços
apertados. Brindavam à Amizade colorida e são tão giras as relações que se
estabelecem numa festa. Há empatia a brotar por todo o lado e a envolvência
adquire contornos de irrealidade. Depois, uma multidão de corpos e almas a
dançar. Ritual que transcende a física colectivo. Força irradiante! E que bem
cantavam e rimavam as almas. Era uma existência plena de musicalidade
universal, espaço habitado por seres também eles Inteligentes e guardiões da
Paz. Tinham poderes para causar interferências em determinados “espaços” também
eles “musicais”. Viviam em alerta e tinham como alvo o planeta terra, na sua
versão florescente criativa e Humana. Para Rita, até alguns mortos tinham alma.
Não acreditava em infernos. A “Alma são Ideias” dizia Platão. Por isso, a vida
determinava o crescimento superior e transcendental do Espírito, da mente, do
corpo …. E preparava o Eu para a Morte e para o que viria depois da Morte …
Para ela, o processo da revolução sempre! Sentia se uma miúda “fixe” na luta
pelas causas superiores, enchia lhe de cor e alma, e por isso não temia outras
realidades. Seria sempre livre! A miúda viva num paraíso, no planeta Terra.
Acreditava que em patamares superiores e desmaterializados, a existência só
podia ser ainda mais fascinante. Cada um tinha uma vida que decidia viver com
consciência: a contemplação da Alma. Adorava o dia seguinte a uma rave. Os céus
ficavam mais azuis e transparentes. “Todos temos uma pincelada a dizer na cor
do céu”, segreda às duas raparigas. “Banho, joint, trabalho e beijos”,
cantarolou animada pela janela. Tinha de se apresentar no parque às quatro da
tarde. Adorava trabalhar de directa. Ainda por cima, depois de uma noite gira,
altamente sensitiva e cheia de mistérios!! “Estamos prontas a Imaginar”. Estava
a fazer uma estatística dos estrangeiros que mais visitavam o Parque nos
últimos quatro anos. Parecia-lhe um bom período de observação. Tempo de
estadia, modalidade de acampamento. “Desenvolver mercados favoráveis e
descobrir mercados apetecíveis. O campismo do Sol, cultura e arte podia ser uma
boa acção de promoção”, anota enquanto tira um bafo de marijuana. O Lois tinha
ido para o Colorado investigar a plante de canábis. Tinham legalizado para
efeitos recreativos também. Quando ele a visitara em Amarante, o seu odor
revolucionário e inteligente contagiara- a. Tinha o tentado beijar. Mas, a sua
amizade ainda não estava preparada para tamanho Sentir. O mundo não girava no
mesmo sentido. Por aqui, o Pedro X tinha sido condenado a 5 anos de prisão, por
lhe terem encontrado 400 gr de marijuana. Uma substância medical, que nem um
doutor. Rita, havia lhe dito muitas vezes, no Parque mágico da floresta para o
adverter:” tudo isto é um contra senso. Há bué de anos um director da PJ, não
me recordo se o Fernando Negrão, disse em entrevista de primeira página, a um
jornal diário que o “Caminho em Portugal era a Legalização”. Então porque remar
contra o futuro?! Investir em homens, meios, pensamento, estratégia, dinheiro
no combate à Maria?! É pura e quando
usada inteligentemente acaba por ser uma substância de equilíbrio e
conhecimento.” Era estúpido. A vida seguia, no entanto, em frente e os partidos
políticos deviam agendar para discussão complementado por uma forte campanha de
sensibilização massiva, para informar sobre o uso terapêutico e positivo e
criativo da Maria. Tinha muitas ideias. Como sempre. O seu cérebro só atingia o
estado das ondas cerebrais alfa de meditação transcendental perante as melodias
pacificas da música e da interiorização de paisagens sublimes. Organizava as
suas imagens neuro cerebrais num estado permanente de equilíbrio, apesar da
intensidade alucinante das histórias da sua vida. “O Sentimento que bate é
sempre o infinito”. Saca uma cópia de um escrito seu, para oferecer a Luana e
Franscisca! “Miúdas cool, cheias de boas vibrações”.
dreamming from the moon
O palco està envolvido em lencois de seda completamente . De
repente surge uma miuda que se assemelha a uma boneca, meias pretas mini saia
preta e um top pela cintura justo também preto. Entrega se a movimentos
sensuais e rebola se pelo palco. Sente o cetim. Em silêncio. Nao se ouve
musica. Apenas o jogo abstracto de movimento. Senta se de pernas cruzadas e dà
inicio a uma rècita " Olà. eu sou enviada pela lua e escuto as orações dos
loucos em noites de visao. Perco a sanidade e envolvo me em canticos negros â
humanidade . Sou a sabedoria. A sensualidade perdida e quero sentir a areia
quente do deserto e partir para africa onde as cores são alaranjadas. Tenho a
mente em rodopio e escuto vos. Nao sei de onde vêm . Eu viajo por galàxias
coloridas e tenho amigos especiais que me oferecem a cor do prazer . E vivo
envolvida em mistèrio. e sinto niveis de sentimento , de pensamento mais
elevado. Nao consigo pensar. Apenas a visao. Quero distribuir a embriaguês , o
opium, o odor do fascinio que sinto quando percorro uma estrada de luz "
Entra um personagem nu e senta se de pernas cruzadas perto da deusa. Toca -a e
inicia uma rècita "eu sou o deus do sol e protego a humanidade em dias
eternos quando a chuva aparece para humedecer os làbios de deusas que encantam
com o perfume da pele.... e voam para alèm dos limites da imaginaçao porque sou
o deus do sol. E escuto pela manha oraçoes dos insanos que se perdem em
labirintos de espelhos e nao sabem qual è a sua imagem. Distribuo poesia e cor
aclareada por raios de luz. Bebo vinho".
Sai do palco e aparece com duas taças de vinho . Entrega uma
delas à deusa, brindam e bebem lentamente. Ouve se um som. Musica indiana. Ela
levanta se e rodopia em redor dele. Toca lhe os cabelos como um deus ...
distancia se ele olha a e inicia uma nova récita " deusa do poder. Deusa
do fascínio que me envolve porque me sinto num nível de comunicação diferente,
em mistèrio. Quem è ela que se eleva em movimentos abstraccionistas? de onde
vem? Da dimensão lunar onde existem seres que caminham flutuando e escrevem sem
limites. Naufrago e sinto a embriaguês em mim. Insano no planeta terra onde os
loucos atiram com as suas visões para estradas de fogo, cor de laranja . E
desejo a porque a sinto em mim. "
Ela continua a dançar pelo palco. A musica continua. Ele
corre e não pára. Persegue a a correr e não pára ... lentamente... Passam se
alguns minutos.... Ele sai e aparece vestido de negro. Um tecido que deixa ver
a pela... calças negras .... ela sorri e para. A musica também. Ela dirige se a
ele e roça a lingua pelo pescoço... ele levita em movimentos... nao há musica
abraçam se sensualmente Ela dà inicio a uma rècita " Eu quero te porque te
sinto em mim como uma serpente de amor. E luto por ti... em danças cosmicas e
sinto a embriaguês do vinho. Quero partir. Perder o meu inconsciente em
planetas marados e peço lhe para viajar comigo para uma galàxia colorida onde
os magos cozinham bolinhos de chocolate com o aroma de açucares com baunilha. E
parto sem vòs. Estùpidos ! Que fazem aì sentados voyeurs de mim do meu deus que
percorre o cume da montanha. Adormecidos. Narcotizados. Saiam sff... Despeço me
de vòs e atiro uma flecha de òdio sobre vòs que dormis na plateia. Sou a Ira da
lua ."
"Por fazer desconnectem os telemóveis"
por Sonja Schneider
Tudo Real Tudo é Imaginação!
Us a "*Projectar"(..*)
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