procuramos apoios e participações para o nosso "Teatro de Rua"
brainstorm global
"Inspiração"
Imagina!
e até já tinha pedido ao primo Pedro para ir trabalhar para uma oficina na Áustria, onde iria sentir e pensar as “verdadeiras relações de produção” e assim, poder elevar os operários a um ritmo existencial poético, à semelhança da socialista peruana, lutadora pela igualdade dos direitos das mulheres e da união operária; ora era enviada de shiva e cleópatra, com veneno de cobra russel crowe e aranhas de marte, para lhe impedirem a progressão fantástica final e assim, numa tentativa dura de apresentação da madame Morte! Baseava-se numa ida ao deserto do Sahara, com Jim Morrison e a gaija do filme de Oliver Stone, numa história com poemas, cactos, entardeceres e mescalina. “Tão psicoactivo e brilhante”, riamos. Nós, deixávamos falar: Era engraçada, fazia-nos rir a muita naturalidade e o entusiamo que conferia às suas histórias. “ontem não sei o que aconteceu no universo, mas vomitei de náusea. Pareceu “contaminação”. Pablo fixou-me. Havia partes da nossa vida que Rita ignorava …. Apesar da alta intuição e de perguntas mais curiosas e de natureza cosmológica estilo interrogatório policial.. “Okê, Ritinha?! A tal cena do Plutónio 17?!” Agitou-se um pouco! “Tens um charro, Pablo?! Estou “em need”. E também está a chegar a hora de me por a andar. Perder um pouco de tempo com esses clones que andam aí a sujar as energias universais, a vender o sentimento …. Ao diabo, que deve ser o rashmingen”, concluía a rir. Parecia que nada a afectava, tamanha era a sua visão da Humanidade. Ainda não dissemos, mas a Rita achava que as almas tinham sido clonadas, “pela cia, pelo rashmingen e por todas as incautas ignorantes, que nem sabem o que é um deus, ou seja estão envolvidas com mediocridades e futilidades, em universos divinos”, explicava-nos, sem perder o sorriso na maioria das vezes, de gozo. Gaijas e gaijos que também podem ser “maomortozinhos”, isto é xibattos de inconsciente manipulado … para agradar” e finalizava” ou se adapatam criativamente ou como provenientes do Mal, teriam de desaparecer”. O seu discurso por vezes era assustador. Apocalíptico, quase!
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"Inspiração"
Imagina!
Acto I
“ O que se passa no mundo?!”
Maria acabara de despertar de um estado embriagante em que
consciente, inconsciente e subconsciente se baralhavam numa espécie de dimensão
paralela, em que era uma das protagonistas principais ou não fosse um elo chave
da Revolução. Lembrara-se de Rita - a Pink - numa última luta satânica contra o
tempo. Depois de anos de deambulações coloridas, em que o Sentimento falava
mais alto do que meros mundos mentais. Maria e Pablo haviam conhecido Rita em
Bilbao, enquanto faziam arte de rua. Passavam dias sentados nos parques, a
escrever poesia, a tocar guitarra e jambés, enrolavam uns porros expansivos de
mente e conversavam com as pessoas:” um poema, uma cor, um fragmento, um odor
de vida, o Amor”… A miúda vinha de Katmandu. Alucinada por um “amor protegido
pelos deuses” mas perseguido pelo sistema, dizia-nos ela de olhos arregalados,
e pelo antigo Papa, Raschmingen, de tendências nazis inquisitoriais e por isso,
um “alvo a abater”, no seu entender. Falava com entusiasmo e paixão e apesar de
já terem passado alguns anos sobre a “descoberta do amor puro” e “eterno” que a
chama e a intensidade do sentir era enorme, misturado com uma saudade profunda
que fazia sorrir no cultivo da emoção sempre que pensava no nome da sua
alma-gêmea, um músico… Para Pink, tratava-se de um “amor criativo e construtivo
que fazia rir e crescer.” Um bálsamo para a Alma! E, quando lhe perguntavam o
que fazia … com um largo sorriso atirava com um “Eu crio para a Humanidade”!!
Eu e Pablo, decidimos emprestar-lhe a alma, na procura de tão alucinado Amor –
do qual brotava o suposto amor universal da chavala – e completamente
Revolucionário, em que a sua grandeza se mostrava pelo respeito máximo pela
“liberdade do outro: a tua liberdade o mais importante para mim”, repetia-nos
Rita como se isso lhe trouxesse um prazer acrescido. Num fluxo natural
sensorial… A nossa amiguinha interessava-se por filosofia, anarquismo e
surrealismo, numa atitude nietzschiana de que a Cultura vive submissa ao
Estado, "instrumentaliza-se" dizia, principal aniquilador da originalidade e da criatividade e aqui, a
miúda entrava numa espiral de pensamento Desconstrutivo e "acusava" Raschmingen
de controlar os mundos espirituais, de ter queimado a irmandade para impedir a
revolução e, em última instância, impedir o Amor Revolucionário, que faria mudar o mundo e a Humanidade num conceito superior Sentido! sentido por todos, entre os 2
deuses que iria elevar o mundo a estados utópicos de Sentir e criar. “A cultura
enfraquecida”, lamentava enquanto escrevinhava o caderno com desenhos de
corações e frases soltas quase todas ligadas ao universo da música, especialmente
electrónica. Rita dizia, que as 140 batidas por minuto, que marcam o compasso
deste estilo de música de dança, portanto um ritual colectivo de raíz
primitiva, em que corpos se libertam e mentes se fundem em espaços e tempos
alternativos, puros, belos, misteriosos; poderiam também marcar
equilibradamente a batida do coração e, assim, aprender a conhecer o corpo e a
controlá-lo, em caso de anomalias. Nós, sorríamos e deixávamos falar, quando
não era atingida por longos momentos de silêncio em que havia entendimento, e
reflectia uma vida de sonho e embriaguês de Pink. Acreditava numa espécie de
irmandade ancestral colorida, crescida no passado com música e mística.
Consciências divinas, elos importantes e “puros” da “sua” Revolução. Tinha
imensas histórias para contar, nomeadamente viagens à boleia meias
inconscientes, preenchidas por visões e alucinações. Era uma rapariga
“diferente” com interesses diferentes. Gostava de se divertir em raves e
concertos, “no underground”, um termo que usava com frequência para qualquer
aspecto da vida, desde os amigos à simples análise de uma foto “industrial” por
exemplo. No seu entender, o Underground, seria o núcleo da resistência,
decorrente dos lutadores pela liberdade nos tempos hitlerianos, (la resistance
française) agora teletransportados por esta miúda aos tempos modernos. “o
fascismo continua a existir e a oprimir e sufocar” berrava quase à beira das
lágrimas, enquanto nos contava como os amigos a tentavam acalmar, com “o
fascismo já não existe rita, vivemos em democracias”; o que ainda a revoltava
mais, acusando-os de falta de sensibilidade e de pensamento próprio, mortos na
acção que cativa mais ideias para o individuo conhecer e desenvolver planos de
acção que obedeçam à criatividade e à imaginação.
Acima de tudo, o mistério que envolvia a rapariga “com
consciência de lobisomem” encantava-nos. E, tendo em conta, que pela 1ª vez a
sério, a miúda estava nos países vascos. “Euskadi para euskara” como gritava
alegremente enquanto eu e o Pablo inventavamos ritmos de ...“baixas frequências” na tenativa de impedir a prossecução de mais uma "destruição"... Os cérebros geniais, a sabotagem do "Normal" é subversivo para a "máquina" que vive do eterno Mal". Pablo havia ensinado naturalmente e com muita paciência Rita que A word imortal é mais apropriada para todos os que veiculam o ateísmo. Rita era pagã Manifestação? "Só a Criação" ; na percussão ou mesmo no entoar do discurso, na tentativa de a remetermos para
um estado além da física:” os músicos tendem a desenvolver ondas cerebrais
alfa, de baixo teor, e que levam a uma meditação transcendental”, dizia-nos
Rita ou Pink. Ela e os amigos das mais novas gerações baptizavam.se de “pink”
entre todos, no anonimato dos nomes, que a miúda defendia ser o novo rumo das
coisas. “os djs não devem ter nome, e os menos importantes tocarem a seguir aos
conceituados, como cabeça de cartaz. Impulsionar. Motivar”. Nem queríamos
acreditar nas coisas “filosofico-existenciais” que Pink ensinava, num fluxo
natural e altamente criativo… Até “escuro”. E todos gostavamos de concepçóes
“dark” na nossa existência, para nos remeter para o profundo dos nossos Eu,
“bater intensamente na alma”! Em desenhos sentimentais eternos.”E, a liberdade
pode ser delicada …. Como uma folha de outono”, choramingava por vezes,
enquanto lhe ofereciamos um joint, que lhe coloria a Vida. Como eu e o Pablo, a
miúda que vinha de Katmandu, por ter lido “ os caminhos de katmandu” e ter
crescido com a inquietude que marca os irreverentes, os não conformistas. Os
não passivos. Gente em quem a Ideia leva a progressões fantásticas
existenciais…. Era Legalize e, mais ainda, frontalmente contra situações de
injustiça. Bombardeava-nos com a Mossad, e os agentes que fazem plásticas e a
artista circense, ex espia que acabou nas acrobacias de um circo, talvez em
Goa, experimentava Rita …. A Cia e os revisionismos históricos,ao abrigo do
vaticano, “destilo ódio” comentava em gritinhos, dando azo à sua veia
maomortiana. Ainda não falamos deste “!movimento de criação, vindo de Braga e
que Rita amava” por serem entes superiores, que desenvolviam um Pensamento
carregado de beleza sensorial, levando a emoção aos extremos, numa procura da
Luz. A verdade e o Amor eterno”. OS dois pilares base da nossa amiga,
admiradora de Telemaco. Era mística. Quando passou pelas montanhas sagradas do
Liechensteing, deparou-se com energias que saiam daquelas terras, daquelas
gentes, rapazes e raparigas de estilo hippie que ouviam trance music, um estilo
electrónico de composição psicadélica. A sua escuta desperta zonas sensoriais
cerebrais e os hemisférios e as diferentes areas da mente entram em conexão.
Alucinação! “Táxi e devia ter dito ácido”! Confessava Dr. Albert Hoffman, como
o seu papa espiritual, com quem fazia brincadeiras, em que o tempo e o espaço
se tornavam em mera abstracção. O universo, esse era o do rock and roll, quando
há atitude psicadélica, que desce numa espiral para implodir, explodir, em
irreais feixes de cor … Nós sabiamos o que era o Lsd… o mundo do sensível e dos
fragmentos das ideias, em cor !!! …
Interlúdio a “8 tempos” psicológicos
Into the time
A lua está escura. Algo se passa na dimensao lunar. Nao é
possível ver nada com o telescópio. Apenas sombras. Aira veste o fato negro,
agarra uma garrafa de champagne e teletransporta se até ao templo sagrado da
lua. Em Bilbao, Pablo termina as pinturas do rosto, de palhaço e Maria
complementa a mini saia, com meias às riscas altas. Usa uma máscara negra em
estilo borboleta, com a qual cobre a cara- Compreendiam os sinais. Tempo para
uma festa , um concerto possivelmente de Mão Morta. A banda que os fizera
crescer numa inpiraçao crua e chocante quase demoníaca. Mal chegam ao templo um
dos musicos entrega lhe um frasco de éter ... coloca o liquido por todo o
corpo. Embriaguês total em fracçoes de segundos : nao tem imaginarium para o
que se iria passar a seguir. Passa pelo animal de palco Adolfo Luxuria Canibal
cumprimenta o sem o olhar. Ele drige lhe um "olà Chabala" O público
já é uma multidao. Aira nao se importa quer é som. eternizar se na dança. De
vez em quando cheira o pulso e sente um odor exótico, flores de bosques
encantados. O espaço é preenchido por esculturas de gelo. Veêm se fellatios
altamente divinos. Figuras gigantescas, brancas quase reais ... surreais ....
Ela aproxima se e toca um pènis. Quando o toca há luzes que a iluminam. Cora um
pouco e sente o vocalista da banda rir "louca". É uma roadie
abstracta já há muitos anos. Sente se lunar. Encostados ao balcao estao alguns
djs, uma arte sagrada para ela. Chama lhes criadores de sonhos, peace warriors.
Atira com um olá e faz um gesto com sa maos de pertença a um mundo bizarro mas
utópico. Vê Jiggy apaixona se por ele momentaneamente. Ele topa o olhar timido
e sorri "hey girl o que queres partilhar ?" " Uma garrafa de
champagne para celebrar o momento em que te reencontro. A tua cara faz me
fofinhos e fazes me corar. Como é que apareceste? De que galáxia vens?"
" De Sabar, o planeta inventado por ti como muito bem o sei. estive a
tocar para duendes mágicos. Agora rock and roll puro... orgiástico... sádico ..
E tu? O que andaste a fazer? sinto o teu cheiro" Baixa se levanta lhe a
calça justa e dà lhe um beijo intenso mas rápido na perna "Uma tatoo"
Dis ela sorrindo enquanto lhe oferece a taça "PAra a eternidade porque
gosto de ti e sinto me pura para ti e sinto te puro para mim " O baterista
faz um clap nos pratos. "entrei te no pensamento jeune fille. Atracçao
mental. Quero sentir te o concerto todo colada a mim. Entendeste " Aira
tem um flash. Telepatia. Comunicaçao mental. "Responde Imediatamente"
insiste o baterista. "Sinto te num fluxo eterno porque gosto de ti. Fazes
me rir... e prometo te de alma nua que a minha comunicaçao contigo manter se â
por esta noite !" "Quero te" ... O som começa a subir e expande
se pela inumeras colunas que se estandem pelo templo . Jiggy sorri. "entao
miuda, corte cerebral?" Ela ri faz lhe um gesto obsceno e emaranha se pela
multidao sozinha. Nem quer acreditar que està em templo lunar na dimensao dark
dos fucking mao morta... Istambul Budapeste Lisboa, um mundo marado
completamente. Aluicinaçao. "lisboa, taxi casal ventoso sff" repete
os até â infinidade. Os musicos parecem entes encantatórios ... "die
clown" murmura " o palhaço sou eu percebes? distorçao da realidade
" Aira ri e ri muito. Olha o baterista que sorri e continua a deambular
como se nada tivesse dito. Ha um rapaz que se aproxima e faz bolinhas de sabao
rosa ... "quem sao estes?" pergunta " amo os e pronto. Grande
viagem. Fui convidado pela Deusa de Negro... nao sabia de quem era o concerto
" Mao Morta, uns sádicos. Sao de bracara e têm a dimensao escura da realidade.
Uma banda que sabe quem é, o poder que têm e tu? Eu sou Aira uma deusa cósmica
em alucinaçao, en progressao..." " Bem, eu sou um semi Deus que gosta
de andar nu nas ruas e curtir miudas de nèon de meias altas âs riscas e vim
curtir o som " Aira atira lhe com um beijo dispara lhe um adeus e continua
envolvida na musica. De vez em quando olha o baterista sente conexao de olhares
ri se baixinho ... Momento alto de vocalista que coloca uma coroa de flores
enquanto murmura anjos do desespero . Ela repete o " das minhas maos
distribuo a embriaguês a estupefacçao gozo e tormento dos corpos " ama o
em silêncio... Adolfo luxuria canibal exibe uma faca e comeña a cortar a
roupa... fica nú em palco com a coroa de flores de pètals brancas "eu
sinto te " grita por todo o templo... ouvem se ecos " eu sinto te eu
sinto te eu sinto te " "Quero o poder da lua, a alienaçao, um
múrmurio" hà alguem que entra com um carrinho de supermercado e um
televisor lá dentro. O vocalista senta se no chao de pernas cruzadas e fita em
silêncio o pequeno ecran. Um momento pop, pensou Aira. Apetece lhe invadir o
palco, tocá-lo fazer-lhe miminhos como se Luxuria estivesse num expoente maximo
de uma infância ... descontrola se sobe a pequena escada e toca o nas costas.
Ele vira se e convida a a sentas se ä beira dele. O ecran mostra imagens
altamente geométricas. A musica continua. Ele convida a surdamente a despir
se... ela sorri e da lhe um beijo de carinho nas faces. Ele pega no microfone
"olá chabala, deusa do sentido para mim " Ela ri coloca as maos cruzadas
por detrás da cabeça olha o baterista e baixa os olhos "Seduction"
" YA" responde "tenho um grilo falante. tive uma ideias tive uma
ideia vamos fugir vamos fugir ". Maria e Pablo são convidados para a jam
session filosófico surreal que se adivinhava a seguir à grande exibição. Pablo
exibe uma expressão triste: “A Rita teria adorado e era gira a energia dela”.
Maria e o amigo colorido concentram-se. Segue-se o silêncio “doloroso” mas
significativo após o concerto. As suas frequências cerebrais, alimentadas pela
sensação, pela emoção da saudade justa da Poetisa, entrecruzam-se. Dialogam em
entendimento imediato. Telepatias.
Rita está num albergue para peregrinos. Ela própria se diz
peregrina ao país vasco. Quer colar textos de paz em bibliotecas e smart shops.
Anda num rodopia intenso emocional, a ver se Pablo, Maria e mais uns amigos de
rua, a acompanha. Muito simples, afinal: “Mentira: “Nova ordem mundial” eles
vendem armas … nós queremos a paz, e assinar Um comando criativo separatista
vasco!” Nós compreendíamos, mas também sabíamos que agia inconscientemente
muitas vezes, e a situação política da eta seria sempre delicado. No plano
mental, aparece “Filosofias góticas” por Rita. Fantástico. A conexão estava
estabelecida.
“"quero um cogumelo mágico
criar a dimensão da fantasia
procurar o sonho numa mente superior
abstracta impressionista
Uma figura original e ilusória
Um fragmento de pensamento
Um momento que não passa
Uma realidade fílmica
com o aroma a mar
O odor do céu
A cor de uma pétala
Um filme existencialista
a literatura abstraccionista
para o pensamento humano
que se expande no horizonte
e crio uma divindade da cor do fogo
porque sou o deserto
onde se pintam visões alaranjadas
tonalidades orgiásticas
Um mar que regressa pela manhã
Uma criança que flutua em cores bizarras
porque a cor nao morre
e há sempre lugar para a dimensão
mágica da lua que encanta
que alimenta seres que provêem de outras galáxias
e constroem realidades imaginárias
Onde se luta pela liberdade, pelo amor
de um corpo possesso
E que domina visões
uma eternidade quente inimaginável
um mundo estranho que transforma
figuras em desenhos altamente geométricos
são cores
são sonhos
são utopias
são revoluções
são distorções do som
são ruídos que completam a realidade
são mentalizações
são livros sem nome
são filosofias góticas
são histórias de guerreiros que sobrevivem para o
encantamento
são seres superiores criados pela arte
são mistérios azul eléctrico
são os elementos naturais que lutam e gritam pela noite
porque gostam da libertação, do ser
que se deixa envolver pelo mistério do cosmos "
Deixar correr a energia cósmica
"The End" anuncia uma voz feminina talvez a Deusa
de Negro. O templo começa a ficar vazio "Curtiste?" é Jiggy que lhe
pergunta enquanto lhe prende um malmequer no cabelo "Alienada
totalmente.... opening the doors of perception... A passagem para a dimensao da
arte pura. A criaçao do fantástico. Sinto me uma ninfa do templo. Apetece me
chorar. O que queres partilhar comigo ?" "Uma taça de champagne e
convido te para a tertúlia do Arco Iris, com a presença especial dos Mão Morta.
Anda. Atravessamos juntos o vazio do recinto . Estes gajos têm um som
fenomenal. " Dá-lhe a mão e segue o por uma escadaria labiríntica. Entram
numa sala decorada em tons de vermelho. Vêm se desenhos geométricos em telas
gigantes. Há entes lá dentro. Sente se a inspiraçao màgica de uma noite fora da
realidade controlada. Apetece lhe continuar na embriaguês ... aproxima se de um
grupo de imagens tridimensionais que fazem movimentos suaves como se estivessem
a sentir os corpos mas nao lhes tocam, uma invisibilidade no gesto "Vocês
estao a ser manipulados pelo quê?" pergunta Aira curiosa . "Pela
sensualidade. A tertúluia do Arco Iris já começou girl. Apresenta te !"
" Criadora de Sabar, O planeta do Amor e da Liberdade. Roadie abstracta
dos Mao Morta. Uma aprendiz de feiticeiro de magia branca " " Eu sou
Deos, uma folha de outono caída em estradas de terra. Pertenço ä dimensao dunar
e faço oraçoes à Deusa de Negro " A Deusa de Negro era o ente maximo de protecçao
da arte, como Aira o sabia. Conhecera-a ha dois anos, na sua primeira rave
lunar. Fizeram ambas uma pintura abstracta da realidade para oferecer a Dumus,
Senhor do Horizonte. Uma noite e um dia irreal. Percorrea-a um sentimento
utópico de fascínio. "Brindemos ao Arco Iris" A vox acordou a das
suas recordaçoes "Quero fazer uma escultura de gelo contigo. Curtiste
?" era o baterista com pozinhos mágicos azuis e rosa no cabelo. Os olhos
estavam pintados de negro. "Amo te por um momento " murmurou
"Uma amiga galáctica eterna para ti e sim, quero fazer uma escultura de
gelo contigo " Deos continuava apalhaçado, " queremos a prossecuçao
de uma veia inspiradora fìlmica no planeta terra. A dimensao da arte para fazer
crescer o ser humano subliminarmente porque só os entes altamente sensíveis sao
permitidos no nosso universo. E criamos para o cosmos inter galactico...
Construimos um novo sistemos emocional humano porque queremos a realidade, o
mundo das impressoes, a delicadeza que deriva de uma elevaçao espiritual do
mundo do fantástico!" " eu vivo na fantasia onde os personagens sao
feitos de papel e de pétalas de flores " acrescentou Aira " e sou a
antítese das burocracias " " Palavra proibida na tertúlia no tempo
máximo da utopia jeune fille. Um alerta de um amigo " Adolfo Luxuria
Canibal entregou lhe uma taça de um vinho fresco com pétalas de rosa, um aroma
suave que desperta a sensualidade pensou ... " Sinto me num nível de
comunicaçao de alma para alèm dos limites da sensaçao. Como se estivesse em
comunicaçao extra planetária, uma sensibilidade mais alta, mais deep.... serve
me outra taça de vinho por favor, quero teletransportar me embriagada para ter
as alucinaçoes do cosmos permitidas pela veia sagrada da arte, o flash
tridimensional para mais tarde curtir em visoes escritas ".
"Viajaremos juntos esta noite. Embriagamo nos para libertar o inconsciente
e adquirir um poder mental mais forte mais creatif, mais etéreo porque protego
a amizade cósmica, miuda . Bebe e brindemos ao poder de Sabar onde todos os seres
flutuam. Olha é o espantalho da liberdade, a adoraçao máxima da deusa de negro
" Luxuria Canibal dirige se â mulher alta que usa uma túnica vermelha e
beija lhe a mao "senti saudades vossas " diz lhe a deusa "espero
que tenhais apreciado a noite que ainda continua porque Frisa. o espantalho da
liberdade vai entrar em comunicaçao máxima comigo. Saudamos a tertúlia do Arco
Iris "
" Faço oraçoes a ti porque amo te e crio um imaginarium
com a tua pele que escondes por debaixo do teu vestido. Encanta me a tua nudez
, o teu sentido subliminar de tudo porque sei que me proteges como uma deusa da
ilusao. E quero partilhar bosques sagrados contigo, mergulhar em lagos e sinto
me profana porque sinto o teu toque... a tua voz, o teu sentimento, a
eternidade do som, a viagem distorcida numa realidade paralela e `peço te que
me acolheis em desejos ilusorios, porque navego na dimensao lunar esta noite
... um espantalho da liberdade é assim que me defino. É assim que eu me chamo
hoje. Tenho em mim o dom da esperança de te poder amar em segredos profundos
porque o meu nome é a Liberdade" A deusa de negro estende lhe uma taça de
vinho com pétalas de rosa " Bebe e saudai a mim. Porque gosto de ti e
ordeno te querida que faças o labirinto do amor ... procurai uma galáxia, invade
um planeta e traz me o horizonte "
Aira sorriu "traz me o horizonte " Virou a cara e
viu o baterista com quem mantivera niveis de comunicaçao mais elevados esta
noite. Ele cola lhe um beijo na testa. Sente os labios suaves e volta a sorrir
. Teletransportam se e sentem o veludo , uma imensidao na madrugada que se
mostra nos planaltos cósmicos . "o riso e o esquecimento !" Maria e
Pablo acordaram na cama. Sorriram, enrolaram um charro galáctico, uma realidade
paralela, altamente sensitiva, e progressiva, isto é, evolucionista e
futurista…
“Olá!” A miúda sorriu. Tirou um livro do saco, em que podia
ler-se KGB, cadernos velhos de anotações, como habitualmente fazia. Sentou-se.
Ofereci-lhe cerveja. Bebeu um trago e deu início a uma longa récita, em que por
vezes repetia pormenores ou personagens, “Porque lhe dava gozo e fazia-a rir”.
Sim, tinha um Sentimento altamente, no nosso entender de anarcas, que pouco
ligam a comentários alheios. Era uma “lunática genial” como Pablo a baptizara.
Deambulava pela sua galáxia das deusas da fantasia, uma alternativa ao
catolicismo ou ao budismo, ou a qualquer outra religião. “Queriam que eu fosse
Santa! Ahhaha, só para impedir o curso natural e criativo do amor
revolucionário, que vai levar o Universo a estado sublimes e utópicos”. O
caminho é o infinito, gritava a quem passava na velha rua, apressado num ritmo
contrário ao nosso escorrer do tempo quando o prazer é a eternidade do momento.
Era um mundo feminino, interdito aos mortais, apesar da “Deusa de Negro”, uma
criação original de Rita, e acreditava tanto na sua ficção que a Sentia e
partia em divagações …. No seu entender… Liam Marx, Lenine e Mao Tse Tung e
muitos pensadores e activistas anarquistas. No seu cartaz de rua, as letras
garrafais, desiquilibradas numa deliciosa vertigem diziam: “Só existe uma lei à
qual eu possa obedecer com todo o meu coração: o caminho da minha inteligência.
Os mandamentos da minha consciência”. Dormia em paz, diziam-lhe os amigos. A
chabala vivia no
Imaginário de Maio de 68 e quando se irava, por recusarmos
entender fantasias que podiam ser perigosas para ela, gritava:” operariado,
intelectuais e estudantes ao poder” e chamava-nos “sérios candidatos a
fascistas, com tanto preconceito” … Nós ríamos. Pablo enrolava um porro que lhe
estendia sorridente. Ela agradecia e num ritual de liberdade, a miúda era mero
encantamento, e aqui entendíamos a sua “irrealidade” com tanta beleza e
fascínio. Emanava brilho e as expressões eram divinas, com origem no mundo dos
deuses. O meu amigo de rua, dizia-lhe calmamente que “o poder corrompia”. Mas,
ela não queria saber e apesar de conhecer o caso dos queridos tipógrafos de
proudhon – que o desulidiram quando decidiram candidatar-se como organização
acreditando que só assim podiam defender os seus interesses legítimos – e claro
que não eram observações destas, por muita realidade que contivessem que lhe
iam toldar o romantismo da “imaginação”. Ora era uma companheira de luta de
Florita Tristan, de Mário Vargas Llosa… e até já tinha pedido ao primo Pedro para ir trabalhar para uma oficina na Áustria, onde iria sentir e pensar as “verdadeiras relações de produção” e assim, poder elevar os operários a um ritmo existencial poético, à semelhança da socialista peruana, lutadora pela igualdade dos direitos das mulheres e da união operária; ora era enviada de shiva e cleópatra, com veneno de cobra russel crowe e aranhas de marte, para lhe impedirem a progressão fantástica final e assim, numa tentativa dura de apresentação da madame Morte! Baseava-se numa ida ao deserto do Sahara, com Jim Morrison e a gaija do filme de Oliver Stone, numa história com poemas, cactos, entardeceres e mescalina. “Tão psicoactivo e brilhante”, riamos. Nós, deixávamos falar: Era engraçada, fazia-nos rir a muita naturalidade e o entusiamo que conferia às suas histórias. “ontem não sei o que aconteceu no universo, mas vomitei de náusea. Pareceu “contaminação”. Pablo fixou-me. Havia partes da nossa vida que Rita ignorava …. Apesar da alta intuição e de perguntas mais curiosas e de natureza cosmológica estilo interrogatório policial.. “Okê, Ritinha?! A tal cena do Plutónio 17?!” Agitou-se um pouco! “Tens um charro, Pablo?! Estou “em need”. E também está a chegar a hora de me por a andar. Perder um pouco de tempo com esses clones que andam aí a sujar as energias universais, a vender o sentimento …. Ao diabo, que deve ser o rashmingen”, concluía a rir. Parecia que nada a afectava, tamanha era a sua visão da Humanidade. Ainda não dissemos, mas a Rita achava que as almas tinham sido clonadas, “pela cia, pelo rashmingen e por todas as incautas ignorantes, que nem sabem o que é um deus, ou seja estão envolvidas com mediocridades e futilidades, em universos divinos”, explicava-nos, sem perder o sorriso na maioria das vezes, de gozo. Gaijas e gaijos que também podem ser “maomortozinhos”, isto é xibattos de inconsciente manipulado … para agradar” e finalizava” ou se adapatam criativamente ou como provenientes do Mal, teriam de desaparecer”. O seu discurso por vezes era assustador. Apocalíptico, quase!
“Ela sentiu-nos”, disse-me mais tarde Pablo. Nós, agora
conhecíamos melhor a Rita, “ a miúda que queria crescer”, mas que tentavam a
todo o custo, numa manipulação que se revelava eficaz do sistema, a todo o
custo, sobre os sistematizados. Apesar de por vezes, sentirmos que nos lia
efectivamente a mente, repetia-nos como numa canção, na boa, “as pessoas livres
não se deixam manipular nem controlar. Por isso nunca será um problema meu”.
REAL UNREAL AMNIGUOUS
sistema test to most genial path of mind
"Heartfelt" in the brains
IntelectuAlizE your Time
"have a nice stay"
"Rita_code"_00.1
berlim
o mal é desconstruível "matematicamente"
SENTIR É GEOMETRIA
transgeometria mental
real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real real
o mal é desconstruível "matematicamente"
SENTIR É GEOMETRIA
transgeometria mental
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