Paul – “Um filme solitário para um espectador solitário”
Marcelo Félix
… quando o cinema cria a realidade! O Cineclube de Amarante
está de regresso. E está de parabéns, pelos 21 anos de produção de cultura
alternativa. Paul, um filme de Marcelo Félix, conceptual/experimental marcou a
agenda do passado dia 9 de Junho. Fazer cinema fora dos cânones tradicionais.
“Estamos habituados a uma certa convenção de cinema” diz o realizador ao
público, quando decidimos partir para além do narrativo, somos etiquetados de
experimental” Ri-se
A abordagem construtiva do filme assenta essencialmente na
imagem. Há ruídos… provocados intencionalmente pelo realizador, acentuando a
“estranheza”. Os actores comunicam por linguagem gestual, marcada por uma “alta
originalidade”. Dá a entender que cada “gesto” é criado por Marcelo Félix. As
sequências entregam-nos momentos cheios de “vivacidade” e … beleza que
mergulham o espectador “solitário” numa profundidade… Arte e genialidade! Há
quase como que um bailado teatral das personagens. Os planos são brutais, onde
por vezes simplicidade constitui um Todo complexo. Paul anula o Tempo e o
Espaço é baralhado. “Não tem finalidade. Existe apenas”, diz um dos personagens
em estónio, a língua do filme. O Belo acompanha a sensação de estranheza ao
longo desta obra da Sétima Arte portuguesa.
O filme a que o espectador assiste é um espaço ficcionado
pela legendadora que o trabalha. “O filme é pessoal” avisou o criador. È um
personagem “mecânico” ao qual não se dá importância. Só “acorda” quando quase
no fim do filme, abandona o espaço a que habitua o espectador para mergulhar no
horizonte da Natureza. Há movimento que é sentido pela primeira vez… para a
“morte” … A legendadora suicida-se na imensidão do plano infinito no espaço do
rio… Então… a criação ganha força e autonomia. E prolonga o gesto criador. O
operário. O violoncelo. Natureza. Fusão. Qualia … Tha End.
“Alguém a Pensar cinema”, em Paulo Martins! Para registar na
história fica a promessa de José Luís Gaspar, presidente da Câmara Municipal de
Amarante em apoiar o cineclube e o movimento que este representa: cultura
cinéfilo vanguardista … Em Amarante “genuíno” … que não obedece a interesses.
Parabéns Cineclube*
dedicado a todos os que pensam que a arte deve existir e evoluir "subsidiada"!
Pensar Cinema é um "Plano Livre"
"A arte para fluir não precisa de Ministérios da "Cultura" ou agentes reguladores
Paulo Martins e EU, uma "aluna"
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